30 de nov. de 2010

E o Verbo se fez Carne...

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14)

  Hoje a reflexão parte deste versículo do prólogo do Evangelho de S. João, mas por quê? Por que estamos no tempo do advento? Poderia ser, mas algo me deixou mais intrigado.

  Lendo o Livro “Riquezas da Igreja” cheguei a uma carta de Santo Irineu, bispo, do século II, na qual me chamou a atenção. Vou transcrever o Trecho pra vocês. “O Verbo de Deus se fez homem. O Filho de Deus tornou-se Filho do homem para que este, unido ao verbo de Deus, recebesse a adoção e se tornasse Filho de Deus. Nunca poderíamos obter a incorrupção e a imortalidade a não ser unido a Eles”[...]

  Quando eu li esse fragmento de texto, de primeira eu não havia conseguido entender, tive de ler umas quatro vezes até que eu pudesse assimilá-lo, no qual cheguei a uma conclusão.

  O Verbo de Deus sempre existiu como nos diz S. João no Prólogo de seu Evangelho. “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava à vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.” (Jo 1, 1-5) Mas se fez necessário para a Salvação da humanidade, pela bondade de Deus, que o Verbo se encarnasse  para nós sermos salvos e consequentemente, como no trecho da carta de S. Irineu, adquirirmos a Incorrupção e Imortalidade, já de nós fomos manchados pelo pecado original, e essas dádivas são intrínsecas ao Pai, pelo Verbo que é o Filho, pela ação de seu Santo Espírito de Amor.

   Então, o Verbo se fez carne para redimir uma humanidade corrompida pelo pecado, e como foi feita a nossa libertação? Pela sua obediência ao Pai até o sacrifício da Cruz. Há uma música que diz “Por tuas chagas fomos curados”. Não só curados, mas libertos do pecado. Começando pela sua Santa Encarnação, como nós proclamamos no Credo Niceno-Constatinopolitano: “E por nós homens, e pela nossa Salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez Homem”[...]

  Portanto, quando se aproxima a celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, possamos refletir e agradecer a Deus por Ele ter sido tão generoso conosco por nos dar tão Grande bem que é o Seu Filho. Assim Seja, Amém!

                                                                           S. Arnaldo Janssen, Ora pro Nobis

27 de nov. de 2010

1º Domingo do Advento

  Mais um ano litúrgico começa e com ele também começa o Advento, mas afinal o que é o Advento, e o que ele nos propõe?

  O advento é nada mais nada menos que o tempo da espera. Espera de quem? Do Messias que nascerá. Fazer memória daquele tempo em que se ainda esperava a Vinda de Cristo. E o que a Santa Madre Igreja nos propõe nesse tempo? Ela nos propõe fazer uma profunda reflexão sobre essa mesma espera. De estar como as virgens prudentes, sempre com o óleo para a lamparina, á espera do Noivo, ou como o dono da casa que fica vigilante. O Evangelho deste Domingo nos convida a fazer memória destes momentos de espera, sempre vigilantes, não como o povo da época de Noé, que antes do dilúvio faziam “festa” e quando perceberam o dilúvio já não havia mais tempo.

  O Senhor não quer que aconteça isso conosco, portanto, Jesus nos dá um alerta logo no princípio deste novo tempo: “O Filho do Homem virá na hora em que se menos espera” (Mt. 24, 42).

  Portanto, vamos pedir ao Pai que ele frutifique em nossos corações, pelo Seu Santo Espírito, o dom da espera, da paciência, de sabermos esperar em Deus, para que quando O Senhor voltar não nos pegue desprevenidos, mas sempre vigilantes e orantes. E também pela cidade do Rio de Janeiro, para que o Senhor volte a Reinar neste local. Pela intersecção de São Sebastião, padroeiro desta cidade, e Maria, nossa Mãe. Amém!

                                                                          Santo Arnaldo Janssen, Ora Pro Nobis

21 de nov. de 2010

34ª Domingo do Tempo Comum - Solenidade de Cristo Rei

  Em mais uma conclusão de Ano Litúrgico, a Igreja nos dá o privilégio de celebrar a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, ou simplesmente, Cristo Rei.
 
  Creio que nós, Cristãos Católicos, professamos que Cristo é o Senhor e Rei de todas as Coisas, mas vamos refletir a passagem do Evangelho de S. Lucas 23, 35-43? Ora, a Igreja é muito sábia. Ela quer nos dizer que o Reino de Jesus não é deste mundo. Que a Coroa do Rei não é de Ouro, mas de espinhos e o trono não é cheio de pompa e circunstância, mas sim a CRUZ. E nós temos o dever de nos alegrar de que o nosso Rei está no trono da Cruz, pois foi por ela que nossa humanidade foi restaurada.

  Jesus quando passou por essa terra foi uma espécie de “rei as avessas”; seu nascimento num estábulo junto com vacas e bois, seus pais eram pobres, seus discípulos eram as pessoas do mais baixo calão daquela sociedade: Cobradores de Impostos, Prostitutas, Samaritanos, simples pescadores, Publicanos,  resumindo, somente “Gente Boa”. Quando lhe foi perguntado de onde O Senhor era Rei, Ele disse: “O meu Reino não é deste mundo.” (São João 18,36). E de fato não é.
 
  Neste mundo somente encontraremos coroas e reinos perecíveis, mas no Reino de Deus, no Reino de Deus, aí  sim haverá a coroa da glória imperecível e o trono para de quem é de direito. Nosso Senhor Jesus Cristo.

  Portanto nesse Domingo e nesta semana que se inicia, possamos pedir ao Pai que Ele mande o Seu Santo Espírito para que sempre possamos proclamar a todos os Povos e Nações, Cristãos ou não, que Jesus Cristo é o Senhor, Ontem, Hoje e Sempre e Seu Reino não terá fim. Que Assim Seja!

Pai Nosso que estais no céu,
santificado seja o vosso nome,
vem a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos daí hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
não nos deixei cair em tentação
mas livrai-nos do mal.
Amém.

Ave Maria,
cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as mulheres,
bendito é o fruto em Vosso ventre,
Jesus.
Santa Maria Mãe de Deus,
Rogai por nós os pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
Amém.

 Glória ao Pai,
e ao Filho e ao Espírito Santo,
assim como era no princípio,
agora e sempre.

Amém.

11 de nov. de 2010

Tudo é Possível

                          “Tudo é possível na força da graça do Espírito Santo.”
                                                                                                 (S. Arnaldo Janssen)

8 de nov. de 2010

Folheando...

Uma criança está sentada na estrada, é só uma criança, de tantas sentadas, de tantas caladas, o quanto foram roubadas. Tão pouco faço por elas, quase não... as vezes...as vezes eu as vejo, mas não, não são crianças. São ladrões, são marginais, elas nos fazem mal! Eles nos roubam!

E eu, eu as faço mal?

“Corpo mutilado em Madureira” Diz o jornal matutino, e eu digo: Quanto mal, quanto mal, eu sou mau? Muitos hoje e sempre, sentem prazer na “arte de morrer”, muitos hoje atiram, muitos hoje matam, muitos hoje são mutilados, muitos hoje... E eu, o que hoje faço?
Faço o mal que não quero, me fazem mal, mal eu não os faço querendo (vingança). Querendo... eu quero paz, mas vivo a paz que tanto quero?

“Hoje em 17 vezes sem juros, vendo-lhe um fogão pra você cozinhar”. “Hoje em 17 vezes sem juros, vendo-lhe um cão pra você brincar e se divertir”. “Promoção: Hoje você pode comprar á vista um primata branco, de olhos azuis, mas só por hoje e pelo uso de hoje, venha que eu vou te mostrar algumas fotos.”

“Sou loira, fogosa, cabelos na altura da cintura, lambidinhas até a última gota...” Você não pode perder. Você não pode me perder, só pode me desejar, me olhar e me comprar. Mas quando você me der o pagamento, peço-te encarecidamente que esqueça que sou gente.

1 real, apenas 1 real, custou-me esse jornal e nele encontro de tudo, é muito bom, bom mesmo, como os nossos “editores” mostram como a vida é tão pequena e como me esqueço dos pequeninos.

“Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.”
(São Mateus 25,40)


José Alixandre